Lei Brasileira de Inclusão completa oito anos
A Lei Brasileira de
Inclusão (LBI), que lança seu olhar a cerca de 45 milhões de pessoas com alguma
forma de deficiência, completa oito anos nesta quinta-feira (6). Também
conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, a Lei 13.146/2015 garantiu
autonomia e reafirmou a capacidade desses cidadãos em sua presença na vida
civil em condições de igualdade com as demais pessoas.
A LBI colocou o Brasil em sintonia com a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organizações das
Nações Unidas, a ONU (veja aqui, versão comentada do
documento). Os dispositivos da LBI versam sobre saúde,
educação, trabalho, assistência social, esporte, previdência e transporte,
entre outras áreas.
Avanços
A LBI garantiu às pessoas com deficiência
(PCD) o direito de casar, constituir união estável e os direitos sexuais e
reprodutivos nas mesmas condições de qualquer outra pessoa. Também foi
instituída possibilidade de adesão à tomada de decisão apoiada, ou seja,
receber auxílio de alguém de confiança para decisões da vida civil, o que
trouxe restrições à designação de curador para atos vinculados a patrimônio,
transações financeiras e negócios.
Na educação, a LBI prevê sistema
inclusivo, com projeto pedagógico que considere atendimento especializado, com
profissionais de apoio, com proibição a escolas particulares de cobrar pelos
serviços. No campo do trabalho, foi criado o benefício assistencial para a
pessoa com deficiência moderada ou grave, enquadrada como segurada obrigatória
do Regime Geral de Previdência Social.
Ficou estabelecida a pena de um a três
anos de reclusão, além de multa, para quem desconsiderar o reconhecimento ou
impedir o exercício de direitos e liberdades fundamentais da PCD. A lei tornou
prioritário o atendimento a elas em serviços de proteção ou socorro e na
restituição do Imposto de Renda.
Entre outros avanços, no serviço público
o Estatuto da Pessoa com Deficiência passou a considerar improbidade
administrativa o desrespeito à acessibilidade e criou o Cadastro Nacional de
Inclusão da Pessoa com Deficiência, conhecido como Cadastro-Inclusão, um
registro público com dados de identificação e socioeconômicos da PCD. A LBI
também aumentou a parcela das loterias federais ao incentivo ao esporte,
multiplicando por três os recursos destinados o esporte paralímpico.
Veja aqui detalhes na
reportagem feita pelo Senado Federal quando a LBI foi aprovada.
Bancários
Durante a Campanha Nacional de 2022, o
Comando Nacional dos Bancários deu especial atenção à questão na rodada de
negociação com os bancos do dia 6 de julho. As cláusulas relacionadas aos
bancários com deficiência incluíram cursos de formação, conhecimento de Libras
por pelo menos um funcionário por setor, promoção de acessibilidade universal,
subsídio a aquisição de equipamentos (cadeiras de roda, muletas, prótese,
bengala, óculos, aparelho auditivo, órteses) e a concessão de transporte
especial e de financiamento de veículo.
Como assinala o secretário de Políticas
Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT), Elias Jordão, “o movimento bancário trabalha constantemente pela
plena inclusão e integração de trabalhadores e trabalhadoras com deficiência e
contra qualquer forma de discriminação”. Elias lembra, ainda, que “também é
dever de todos os cidadãos, sociedade e empresa, para que haja garantia para
que o trabalho das PCDs seja feito em condições dignas e com respeito a suas
limitações ou recomendações médicas. Isso torna toda a sociedade mais humana”.
Com informações do Sindicato dos Bancários de Dourados MS e Contraf-CUT