Sete foram presos no MS em operação que investiga desvios de R$ 68 milhões

Equipes do Gaego em um dos endereços alvo da operação (Foto: Viviane Oliveira)

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul investiga o desvio de R$ 68 milhões em contratos com empresas que prestam serviços e fornecem produtos para as secretarias de Educação e Saúde de Mato Grosso do Sul. Hoje, sete pessoas foram presas, entre servidores do Estado, empresários e diretor da Apae, mas a apuração começou durante a Operação Parasita, deflagrada no dia 7 de dezembro de 2022.

Segundo o Ministério Público, o objetivo é investigar crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações/contratos públicos e lavagem de dinheiro. No total, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Maracaju, Itaporã, Rochedo e Corguinho, mas os alvos não foram divulgados.

Em nota, o MPMS explicou que o grupo fornecia desde ar-condicionado para a Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul até a elaboração de laudos pela Secretaria Estadual de Saúde.

O nome da operação é Turn Off e "foi originado do primeiro grande esquema descoberto na investigação, relativo à aquisição de aparelhos de ar-condicionado, e decorre da ideia de ‘desligar’ (fazer cessar) as atividades ilícitas da organização criminosa investigada".

Prisões preventivas - Entre os presos está o ex-superintendente de comunicação Thiago Mishima, do Governo do Estado, que também foi levado para a Depac/Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada) nesta manhã durante a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). 

Também foram alvos e estão na lista de prisões cautelares o adjunto da Secretaria de Educação do Estado, Édio Antônio Resende de Castro, e Simone de Oliveira Ramirez Castro, que integra o governo como técnica do pregão de licitações do Estado. 

No total, foram expedidos oito mandados de prisão, sete foram cumpridos e um empresário ainda é procurado. Além de Thiago, Édio e Simone, foram presos uma mulher identificada apenas como Andreia Cristina e Paulo Andrade, coordenador-geral da Apae.


O ex-titular da Secretaria Estadual de Saúde, Flávio Brito, atual adjunto da Casa Civil, também foi alvo de busca e apreensão e intimado para depor amanhã na sede do Gaeco.

No caso da Apae, a fraude seria na "aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Associação, "dentre outros, havendo, nesse contexto, o pagamento de vantagens financeiras indevidas (propina) a vários agentes públicos".

A atual administração estadual ainda não falou oficialmente sobre a operação, mas neste momento, uma reunião na Governadoria discute o assunto. O secretário de Governo e Gestão Estratégica do Estado, Pedro Arlei Caravina, garantiu que será elaborada uma nota à imprensa.

A assessoria de Thiago Mishima informou apenas que os advogados não têm “informação do processo e ele (Thiago) está fora do governo há algum tempo”.


Contratos - Nesta manhã, duas empresas foram alvo de mandados de busca e apreensão: a Maiorca Soluções em Saúde e Isomed Diagnósticos, ambas têm contratos com o Governo do Estado, firmados até 2022, para fornecimento de produtos e serviços.

A Isomed Diagnóstico tem como atividade econômica principal o serviço de diagnóstico por imagem com uso de radiação ionizante, exceto tomografia. Em 2022, assinou o último contrato com a SES, de mais de R$ 12 milhões, para prestação de serviço médico-hospitalar, com recurso do Fundo Especial de Saúde.

Já a Maiorca tem recentes contratos de fornecimentos de equipamentos para o Hospital Regional, de mesa ginecológica até fogão. 





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