Dezembro Vermelho visa conscientizar a população sobre a HIV/Aids
O mês de dezembro é dedicado à prevenção da infecção e combate ao HIV/Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), para isso a campanha "Dezembro Vermelho", reforça as ações para conscientizar a população sobre o diagnóstico e tratamento a fim de reduzir o preconceito e discriminação às pessoas vivendo com HIV/Aids.
Nos últimos cinco anos, a situação em Mato Grosso do Sul tem se mantido estável. “Estamos em um cenário estável para as novas infecções, com uma média de 1.100 casos, na média dos últimos 5 anos, de HIV/Aids. A epidemia no estado segue o cenário nacional, acometendo mais pacientes do sexo masculino, jovens, de até 29 anos, raça preta ou parda e de homens que fazem sexo com homens (HSH)”, explica a gerente de IST, HIV/Aides e Hepatites Virais da Ses, Alessandra Salvatori.
Entre os meses de janeiro e novembro, o Estado registrou 1.018 novos casos de HIV/Aids, segundo os dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificações (SINAN). Em Mato Grosso do Sul, atualmente são 10.180 pessoas vivendo com HIV, diagnosticadas e vinculadas.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza tratamento gratuito para a doença.
O Estado registrou neste ano 1.978 usuários de Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e 1.444 pessoas com pelo menos uma retirada de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).
“Com relação à PrEP, ainda temos alguns desafios de implantação em alguns territórios e também para alcançar as populações mais vulneráveis, que são os mais acometidos pelas novas infecções, considerando que a maioria dos usuários que estão em uso regular ainda são de raça/cor branca, com faixa etária de 30 a 39 anos e com escolaridade de 12 anos ou mais. Precisamos expandir o número de usuários em PrEP, considerando que essa estratégia de prevenção medicamentosa pode ser disponibilizada, pelo novo protocolo vigente, para todas as pessoas que se sintam em risco de contrair o vírus HIV e tem uma eficácia superior a 98% quando tomada regularmente. A PrEP é o que temos de mais eficaz para a prevenção com relação ao HIV", pontua Salvatori.
HIV/Aids
A Aids é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Sendo um vírus que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T-CD4+.
Todas as pessoas diagnosticadas com HIV têm direito a iniciar o tratamento com antirretrovirais imediatamente e, assim, preservar o seu sistema imunológico. Os medicamentos impedem que o vírus se multiplique dentro das células T-CD4+ e, desta forma, evitam que a imunidade caia e que a Aids apareça.
São disponibilizados pelo SUS os antirretrovirais, medicamentos utilizados para o tratamento, além de promover ações de prevenção como testagens rápidas, estímulo ao uso e distribuição gratuita de preservativos e gel lubrificante, disponibilização de outras profilaxias como a PEP e a PrEP.
Sinais e sintomas
Os sintomas podem variar dependendo da fase de infecção. Ainda que geralmente o maior potencial de doença seja alcançado nos primeiros meses, muitas vezes o indivíduo não sabe se é portador do vírus.
Após a infecção, nas primeiras semanas algumas pessoas não podem manifestar sintomas. Porém, outras apresentam sintomas de uma síndrome gripal, incluindo febre, dor de cabeça, erupção cutânea e dor de garganta.
Como a infecção enfraquece aos poucos o sistema imunológico, a pessoa pode desenvolver outros sinais e sintomas, tais como inchaço dos gânglios linfáticos, perda de peso, febre, diarreia e tosse.
Transmissão
O HIV pode ser transmitido pelo contato com diversos fluidos corporais de indivíduos infectados, como sangue, leite materno, sêmen e secreções vaginais.
Não é possível se infectar por meio de contatos cotidianos, como beijo, abraço, aperto de mãos ou compartilhamento de objetos pessoais, comida ou água.
Fatores de risco
Algumas práticas ou condições que podem aumentar a exposição ao vírus HIV:
- Práticas sexuais sem proteção;
- Possuir alguma outra infecção de transmissão sexual, como sífilis, herpes, clamídia, gonorreia ou vaginose bacteriana;
- Compartilhar agulhas ou seringas contaminadas, soluções de drogas e outros materiais para consumo de drogas injetáveis;
- Receber injeções não seguras, transfusões de sangue e procedimentos médicos ou estéticos, que envolvam materiais não esterilizados;
- Acidentar-se com agulhas contaminadas, principalmente no caso de profissionais de saúde.
Prevenção
Os indivíduos podem reduzir a possibilidade de infecção por HIV limitando a exposição aos fatores de risco. Os principais métodos de prevenção combinada são:
- Uso de preservativos interno e externo;
- Ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST;
- Testagem e aconselhamento para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis;
- PrEP (Profilaxia Pré-Exposição);
- PEP (Profilaxia Pós-Exposição);
- Tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com HIV;
- Prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B (quando a transmissão ocorre da mãe para o filho).
Dezembro Vermelho
Instituído pela Lei nº 13.504/2017, o Dezembro Vermelho, marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), chamando atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.
A data visa reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/Aids. Com o passar do tempo e o crescimento do número de casos, foi instituída como uma oportunidade de se trabalhar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do HIV/AIDS com a população.