PED é alvo de operação para apreensão de celulares em celas
Operação teve início no começa desta semana na Máxima de Dourados - Foto: Agepen
Com cerca de 2,5 mil custodiados, a PED (Penitenciária Estadual de Dourados), maior presídio de Mato Grosso do Sul, está recebendo, nesta quinta-feira (14.12), ações da 2ª Fase da Operação Mute, com a realização de vistorias em celas, objetivando identificar e retirar celulares localizados de combater a comunicação ilícita do crime organizado e reduzir os índices de violência em âmbito nacional.
A 2ª fase da Mute está sendo realizada desde a última segunda-feira em unidades prisionais de todo o país. A operação é promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) e dos governos locais.
No estado, os trabalhos são coordenados pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), por meio da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e sua Gisp (Gerencia de Inteligência do Sistema Penitenciário). Durante as ações, o passo inicial é interromper a comunicação com uso de tecnologia que embaralha o sinal e, em seguida, ocorre a busca aos aparelhos com revistas em pavilhões e celas.
Na PED, as vistorias iniciaram às 7h48 e contam com a participação de cerca de 70 policiais penais de Mato Grosso do Sul, entre operacionais do COPE (Comando de Operações Penitenciárias), que atuam na retirada e contenção dos presos, e os servidores da penitenciária, que realizam as inspeções, além de integrantes da área de inteligência.
Os trabalhos são continuidade da ação iniciada na segunda-feira, no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, na capital, que teve participação de 80 policiais penais.
“A Operação Mute visa erradicar a comunicação ilegal em presídios, reduzindo os riscos associados à atividade criminosa organizada dentro e fora das prisões. Ao combater a comunicação ilegal entre detentos e organizações criminosas, estamos fortalecendo a segurança nas ruas, protegendo comunidades e prevenindo crimes que afetam diretamente a população”, destaca o diretor-presidente da Agepen, policial penal Rodrigo Rossi Maiorchini.
Segundo o dirigente, já faz parte do trabalho da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul a realização de inspeções rotineiras nos presídios, bem como adoção de medidas para dificultar o acesso dos detentos aos ilícitos.
O resultado das inspeções será divulgado pela Senappen ao fim dos trabalhos dessa 2ª fase da operação, em todos os estados, programado, incialmente, para o próximo dia 18.
Primeira Fase
Em Mato Grosso do Sul, a primeira fase da Operação Mute ocorreu em outubro, resultando na apreensão de 187 celulares, com vistorias em sete presídios da capital e interior, com a participação de 161 policiais penais, sob coordenação da Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) e Diretoria de Operações da Agepen. Durante a ação, foram transferidos 16 internos.
Conforme a Senappen, no país, foram apreendidos 1.166 aparelhos celulares, um revólver, armas brancas e substâncias análogas a entorpecentes. A revista geral ocorreu em 68 penitenciárias, de 26 estados. Dez estados demostraram possuir rotina de controle efetiva com revistas frequentes e tiveram registro de zero celulares no interior das unidades prisionais. Ao todo, foram movimentados 55.919 presos.
“Lembramos o grande potencial que cada celular apreendido significa no enfraquecimento das redes de atuação do crime organizado, uma vez que essa comunicação externa é vital à manutenção da cadeia de comando das facções. Então, quando nós apreendemos, num período curto, 1.166 celulares, isso significa que também é uma diretriz perene, permanente”, afirma o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, sobre a Operação Mute.