Novo salário mínimo de R$ 1.412 entra em vigor em 2024 e beneficia 50 milhões de brasileiros
A partir de janeiro de 2024, o salário mínimo
dos trabalhadores brasileiros será de R$ 1.412, um aumento de quase 7% em
relação ao valor atual de R$ 1.320. O reajuste foi definido pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que assinou o decreto na última terça-feira (26),
cumprindo a promessa de retomar a política de valorização real do salário
mínimo que vigorou em seus mandatos anteriores.
O novo valor do salário mínimo foi calculado
com base na nova fórmula aprovada pelo Congresso Nacional, que leva em conta a
inflação medida pelo INPC em 12 meses até novembro, mais a variação do PIB de
dois anos antes. Segundo o IBGE, o INPC acumulado até novembro foi de 3,85%,
enquanto o PIB de 2022 cresceu 3%.
O aumento do salário mínimo terá impacto
direto na renda de cerca de 50 milhões de brasileiros, entre trabalhadores
formais, informais, aposentados e beneficiários de programas sociais, como o
Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Segundo o governo, o
reajuste injetará R$ 64 bilhões na economia em 2024, estimulando o consumo e a
geração de empregos.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou
que o novo salário mínimo é uma conquista histórica dos trabalhadores e uma
forma de reduzir as desigualdades sociais no país. “O salário mínimo é o
principal instrumento de distribuição de renda e de valorização do trabalho.
Com essa política, estamos garantindo o poder de compra dos trabalhadores e das
trabalhadoras, especialmente os mais pobres, que são os que mais sofrem com a
inflação”, disse.
O decreto do novo salário mínimo foi elogiado
por centrais sindicais, movimentos sociais e parlamentares da base aliada do
governo. Por outro lado, foi criticado por setores empresariais, que alegam que
o aumento dos custos trabalhistas pode prejudicar a competitividade e a
recuperação da economia brasileira, que ainda enfrenta os efeitos da pandemia
de Covid-19. Além disso, o reajuste também terá impacto nas contas públicas, elevando
as despesas obrigatórias em cerca de R$ 15 bilhões em 2024, segundo a
Instituição Fiscal Independente (IFI)..
O governo, no entanto, afirma que tem
condições de cumprir a meta fiscal de zerar o déficit primário em 2024, com
medidas de aumento da arrecadação e de controle dos gastos. O ministro da
Economia, Paulo Guedes, disse que o novo salário mínimo é compatível com o
equilíbrio fiscal e com o teto de gastos, que limita o crescimento das despesas
à inflação do ano anterior. “O salário mínimo é uma prioridade do governo Lula,
que tem compromisso com o bem-estar social e com a responsabilidade fiscal. Não
há contradição entre esses objetivos, mas sim complementaridade. O salário
mínimo é um fator de crescimento econômico, que gera mais receitas e permite o
ajuste das contas públicas”, afirmou.
O novo salário mínimo de R$ 1.412 já vale
para o pagamento dos salários e dos benefícios de janeiro, que serão recebidos
no início de fevereiro. O valor também será usado como referência para o
reajuste do salário mínimo regional, que é definido pelos estados e pode ser
superior ao nacional, de acordo com as características de cada região.