Empresa investigada por corrupção ganha contrato de R$ 20 mi sem licitação do governo do MS

Mesmo com investigação do MPE, empresas seguem faturando alto em contratos com prefeituras. (Foto: Arquivo/Nathalia Alcântara/Midiamax)

Investigada pelos crimes de peculato, corrupção e fraude em licitações, a empresa de André Luiz dos Santos, o André Patrola, ganhou um contrato de R$ 20,2 milhões sem licitação da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos). O 8º termo aditivo do contrato foi assinado durante o recesso de Natal e Ano Novo, conforme o extrato publicado nesta segunda-feira (8).

André Patrola é um dos principais investigados na Operação Cascalhos de Areia, deflagrada pelo Ministério Público Estadual no dia 15 de junho do ano passado para apurar desvios milionários na Prefeitura de Campo Grande. Ele tentou suspender a investigação, mas o pedido de habeas corpus foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça no final do ano passado.

No entanto, mais sorte o empresário teve na seara administrativa ao manter o contrato milionário com a Agesul sem participar de nova licitação. Conforme o Diário Oficial, a prorrogação vale pelo período de um ano, do dia 6 deste mês até 5 de janeiro de 2025.

Pelo contrato, para realizar a manutenção de 859,8 quilômetros de rodovias pavimentadas e sem pavimentação na região de Miranda, a André L. dos Santos, cujo nome fantasia é A.L. dos Santos, vai receber R$ 20.270.448,48. O contrato foi assinado por Mauro Azambuja Rondon Flores, pela Agesul, e André Luiz dos Santos pela empresa.

De acordo com o GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) do Ministério Público Estadual, André Patrola é investigado pelos crimes de corrupção, organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

O juiz Waldir Barbosa Peixoto, da 5ª Vara Criminal de Campo Grande, negou o pedido do MPE para investigar o polêmico e poderoso empresário. No entanto, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça autorizou o cumprimento dos mandados de busca e apreensão.

Uma das suspeitas é de que a prefeitura da Capital realizou pagamentos entre 2017 e 2022 por serviços que não foram executados.


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