Combate à corrupção: um discurso eleitoreiro que prejudica o País
O discurso do combate à corrupção é um dos mais populares da política
brasileira. Muitos candidatos a cargos eletivos costumam se apresentar à sociedade como os porta vozes do discurso do combate à corrupção. No entanto, na prática, esse discurso tem se mostrado
apenas uma ferramenta eleitoreira, que tem prejudicado o País.
A principal evidência dessa constatação é que, nos últimos anos, os
políticos que mais falaram em combate à corrupção foram os que mais
se envolveram em escândalos de corrupção.
O ex-presidente Jair Bolsonaro é suspeito de envolvimento em
irregularidades na compra de vacinas contra a Covid-19. No entanto, o governo
Bolsonaro não apresentou nenhuma iniciativa concreta para combater a
corrupção. Pelo contrário, buscou acabar com a lei da transparência dos gastos
públicos e criou o orçamento secreto. O ex-Juiz Sérgio Moro mostrou-se como um
grande violador das leis, enquanto Senador da República não aprovou nenhuma lei
contra a corrupção.
Ao se apropriarem do discurso do combate à corrupção, os políticos
corruptos conseguem enganar a população desinformada e ganhar votos. No
entanto, uma vez eleitos, não fazem nada para enfrentarem a corrupção de
fato. Pelo contrário, muitas vezes ele até mesmo a incentivam, para que
possam continuar a se beneficiar dela.
O discurso do combate à corrupção também tem prejudicado o País
porque tem levado à eleição de políticos nocivos à coisa pública. Esses
políticos, que se apresentam como honestos, mas que na verdade são
corruptos, adotam políticas que beneficiam os interesses privados em
detrimento dos interesses públicos.
Um exemplo disso foi o governo Bolsonaro, que promoveu uma série de
medidas que favorecem os grandes empresários e prejudicaram a população,
como reforma da Previdência. Essa medida, por exemplo, que foi aprovada
com o apoio e o voto de políticos que se apresentavam como “combatentes da
corrupção”, só tem servido para aumentar a desigualdade social e a pobreza
no País.
Diante desse cenário, é importante que a população comece a questionar o
discurso do combate à corrupção. Quem realmente é honesto não precisa se
autopromover como tal. O verdadeiro combate à corrupção passa pela defesa
da honestidade, da transparência pública e da participação popular na
política.
O discurso do combate à corrupção é um falso moralismo que só serve para
enganar a população e prejudicar o País. É hora da população começar a
exigir dos políticos ações concretas para enfrentar a corrupção de fato e
isso requer pelo exemplo: diminuição dos salários e das outros privilégios nos
Três Poderes da República, porque a concentração de renda é uma das formas de
corrupção que gera a desigualdade socioeconômica, um dos principais males do
País.