Conspiração golpista: Oficiais da ativa tentam pressionar o Exército, revela investigação
Dois coronéis da ativa, Giovani Pasini e Alexandre Bitencourt, foram identificados pela Polícia Federal como autores de um manifesto golpista que visava a pressionar o comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, a colaborar com um golpe de Estado em 2022.
O documento, recebido pelo tenente-coronel Mauro Cid na véspera de sua publicação, tinha como objetivo manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições para Luiz Inácio Lula da Silva.
A investigação, que culminou em pedidos de prisão e busca contra ex-ministros e militares em 8 de fevereiro, revela a trama golpista urdida por membros das Forças Armadas.
Pasini, oficial de artilharia e ex-professor de colégios militares, licenciou-se do Exército em 2022 para se candidatar a deputado estadual pelo Patriota, sem sucesso. Retornou à caserna, mas foi para a reserva em fevereiro de 2023 após a divulgação da carta.
Bitencourt, oficial de infantaria, foi condecorado com a medalha militar de ouro em fevereiro de 2023, mesmo ano em que a investigação o identificou como um dos autores do manifesto golpista.
Procurado pela Folha de S. Paulo, Pasini se recusou a comentar o assunto. O Exército, por sua vez, alegou "segredo de Justiça" para se manifestar sobre o caso, afirmando que prestará informações às autoridades competentes quando solicitadas.
A descoberta da trama golpista por parte da PF lança luz sobre a gravidade da ameaça à democracia brasileira e reforça a necessidade de uma investigação rigorosa e transparente.
O caso também levanta questões sobre o papel das Forças Armadas em um Estado Democrático de Direito e sobre a necessidade de fortalecer as instituições republicanas para evitar que tais eventos se repitam.