Fila de espera para consulta com especialista em Mato Grosso do Sul pode demorar até 16 anos

Com fila que chega a 13.981 pessoas na espera por exames e cirurgias de ortopedia no Sistema Único de Saúde (SUS), pacientes de Mato Grosso do Sul podem esperar até 16 anos para conseguirem realizar a primeira consulta nesta especialidade.

Os dados são do Sistema de Regulação (SISREG), desenvolvida pelo DataSUS, e divulgado ontem no Diário Oficial do Estado. Segundo a publicação, o tempo médio estimado em meses para primeira consulta ortopédica de coluna é de 194,13 meses (16 anos) e para a realização da consulta ortopédica de quadril são 103,64 meses (8 anos) em Mato Grosso do Sul.

Com relação as cirurgias desta especialidade, de acordo com o dados divulgados, os pacientes esperam na fila em média dois anos quando o caso é na coluna, e um ano e três meses para ser chamado para o procedimento do quadril.

O levantamento foi feito publicado pelo governo do Estado devido ao programa MS Saúde, que tenta zerar as filas para consultas e cirugias de todas as especialidades em Mato Grosso do Sul.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o motivo desta demora tanto das consultas como das cirurgias se dá pela falta de hospitais habilitados para a realização dos procedimentos ortopédicos.

Diante da atual situação das cirurgias de alta complexidade ortopédica no estado de Mato Grosso do Sul, a falta de hospitais habilitados para realizar esses procedimentos têm gerado graves consequências para a população, destacando-se longas filas de espera, desigualdades no acesso à saúde e a necessidade de deslocamento para outras regiões em busca de tratamento adequado, essa é a análise da SES.

Apenas dois estabelecimentos de saúde são autorizados e habilitados para realizar este tipo de cirurgia no Estado pelo SUS, a Santa Casa de Campo Grande e o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap).

A  Secretaria de Estado de Saúde ainda acrescenta que a média de cirurgias feitas por ano nestes dois hospitais, vem sendo insuficiente para atender toda a demanda de pacientes que aguarda na fila do SUS, para serem chamados para os procedimentos de consultas e cirurgias.

A média de cirurgias realizadas por ano nesses locais não tem sido suficiente para atender à demanda crescente, como evidenciado pelo grande número de pacientes aguardando avaliação ortopédica e pela quantidade significativa de procedimentos cirúrgicos judicializados.

EXECUÇÃO DE CIRURGIAS

De acordo com os dados do DATASUS, de 2014 até 2023 a Santa Casa de Campo Grande e o Hospital Universitário realizaram 542 cirurgias de procedimentos ortopédicos de alta complexidade.

Entre estes anos informados, a Santa Casa chegou a fazer apenas uma cirurgia ortopédica em 2014, e duas em 2017 e 2018, já o Hospital Universitário executou 30 no período pandêmico (2020 até 2022) e 16 em 2023. 

No total de procedimentos ortopédicos nos hospitais de MS neste período de 10 anos, o Hospital Regional fez 199 cirurgias e a Santa Casa realizou 343 procedimentos.

Diante da fila imensa e da baixa execução de cirurgias, o governo do Estado autorizou essa semana que mais cinco estabelecimentos de saúde possam atender pacientes que estão na fila para cirurgia de ortopedia.

Entraram na lista: Santa Casa de Bataguassu, Hospital Adventista do Pênfigo Matriz de Campo Grande, Santa Casa de Cassilândia, Hospital Soriano Correa da Silva de Maracaju, Hospital Beneficente de Rio Brilhante e Unidade Mista Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Santa Rita do Pardo.

 

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