MPMS denuncia Cezário e mais 11 pessoas suspeitas de corrupção na FFMS
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) encaminhou denúncia à Justiça contra o presidente afastado da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário de Oliveira, e mais 11 pessoas, como parte das investigações da Operação Cartão Vermelho, desencadeada em 21 de maio, apurando suspeita de corrupção no futebol estadual.
Cezário está preso no Presídio Militar em Campo Grande e precisou ser encaminhado na noite de quarta-feira (5/6) ao Hospital da Cassems para um cateterismo na manhã desta quinta.
Contra ele, a denúncia é de crimes de integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de capitais.
Os outros apontados na investigação são o árbitro Aparecido Alves Pereira, o ‘Cido’, os sobrinhos de Cezário, Francisco Carlos Pereira e Valdir Alves Pereira, o irmão do presidente afastado, Luiz Carlos de Oliveira, e Marcelo Mitsuo Enzoe Pereira.
Além deles, Umberto Alves Pereira, o ‘Beto’, apontado pelo MPMS como principal operador do esquema que movimentou em torno de R$ 6 milhões, Rudson Bogarim Barbosa, Jamiro Rodrigues de Oliveira, o ‘Miro’, também acabaram denunciados.
Assim como o vice-presidente da FFMS, Marco Antônio Tavares, e o filho dele, Marcos Paulo Abdalla Tavares. Ainda constam no documento Marco Antônio de Araújo, proprietário da empresa Invictus e que fornecia uniformes à FFMS.
Operação
Denominada ‘Cartão Vermelho’, a operação visa desarticular organização criminosa voltada à prática de peculato e demais delitos dentro da entidade que comanda o futebol sul-mato-grossense.
De acordo com as investigações do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o presidente afastado é apontado como um dos líderes de esquema que desviou aproximadamente R$ 6 milhões na FFMS.
Apesar do número inicial, existe a expectativa que esse valor possa chegar a R$ 10 milhões.
Conforme o MPMS, o dinheiro chegava à FFMS através de convênios assinados com o Governo do Estado e através da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A partir daí, os valores eram desviados.
“Durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou, na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em benefício próprio e de terceiros”, diz nota encaminhada pelo Ministério Público no dia da operação.
Ainda segundo as investigações, uma das formas de desvio acontecia através de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação, em valores não superiores a R$ 5 mil para "não alertarem os órgãos de controle".
Depois, o dinheiro era "dividido entre os integrantes do esquema", afirma o MPMS.
Durante os meses de investigação, foi constatado que os integrantes do grupo realizaram mais de 1.200 saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões.
Além dos saques realizados com valores baixos, a organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.
“Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul”.