Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial: Nome que Pede Reflexão
No dia 3 de julho, celebramos o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial. Uma data importante para refletir sobre os desafios que persistem na luta contra o racismo e a desigualdade racial no Brasil. No entanto, propomos uma reflexão antropológica sobre o próprio nome da data.
Do ponto de vista antropológico, a ideia de "raça" como uma classificação biológica precisa ser questionada. Diversos estudos demonstram que a categorização racial é uma construção social, sem base científica. O que de fato existe são as etnias, grupos humanos com características culturais, linguísticas e históricas em comum.
Ao utilizarmos o termo "raça" no nome do dia, corremos o risco de reificar uma ideia que já foi utilizada para justificar a opressão e a violência contra grupos minoritários. É importante reconhecer a diversidade étnica como um valor positivo, e não como motivo de discriminação.
Além disso, a palavra "combate" remete a um senso de luta e conflito, que pode ser contraproducente na busca por um futuro mais justo e igualitário. A palavra "combate" evoca imagens de guerra e violência, que não condizem com os objetivos da luta antirracista.
Propomos, então, que o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial seja repensado e receba um novo nome, mais adequado à realidade e aos desafios que enfrentamos. Sugerimos algumas alternativas:
- Dia da Aceitação Étnica: essa nomenclatura enfatiza a importância de reconhecer e valorizar a diversidade étnica como um elemento fundamental da nossa sociedade.
- Dia da Diversidade Étnica: essa opção destaca a riqueza cultural e a multiplicidade de identidades que compõem o povo brasileiro.
- Dia da Promoção da Diversidade Étnica: essa nomenclatura coloca o foco na necessidade de ações concretas para promover a igualdade e combater o racismo estrutural.
Acreditamos que a mudança no nome do dia será um passo importante para construirmos um discurso mais positivo e propositivo na luta contra o racismo. É hora de superarmos a lógica do "combate" e abraçarmos a ideia de "aceitação", "diversidade" e "promoção", construindo juntos uma sociedade mais justa e igualitária para toda a sociedade.