13 de setembro: Dia do Agrônomo - Olhar crítico sobre a produção de alimentos
O campo brasileiro, palco de lutas e contradições
Hoje, 13 de setembro, celebramos o Dia Mundial do Agrônomo, uma data que homenageia os profissionais que dedicam suas vidas à produção de alimentos e à gestão dos recursos naturais. Mas, por trás da imagem idílica do campo, existe um universo complexo de desafios e desigualdades que exigem um olhar crítico e propositivo.
A agricultura brasileira, apesar da importância da economia nacional, é marcada por profundas contradições. De um lado, temos a produção em larga escala, que garante a segurança alimentar do País e gera divisas, mas que também explora trabalhadores, degrada o meio ambiente e concentra a terra nas mãos de poucos. De outro, temos a agricultura familiar, que produz alimentos saudáveis e de qualidade, mas enfrenta dificuldades para acessar crédito, tecnologia e mercados.
Perguntas que precisam ser feitas:
Qual o preço da comida que consumimos? Além do valor monetário, qual o custo ambiental e social da produção de alimentos? Quem paga a conta por um modelo agrícola que prioriza o lucro em detrimento da sustentabilidade e da justiça social?
A quem beneficia a produção em larga escala? Quais são os verdadeiros beneficiários do agronegócio brasileiro? Até que ponto os pequenos agricultores e os consumidores estão sendo beneficiados por esse modelo?
Como garantir a segurança alimentar sem comprometer o meio ambiente? É possível conciliar a produção de alimentos em larga escala com a preservação dos recursos naturais? Quais são as alternativas ao modelo agrícola atual?
Qual o papel do agrônomo nesse cenário? Qual a responsabilidade dos agrônomos na construção de um sistema alimentar mais justo e sustentável? Como podem contribuir para a agroecologia, a agricultura familiar e a reforma agrária?
Novo paradigma para a agricultura
É urgente repensar o modelo agrícola brasileiro, buscando alternativas mais justas, sustentáveis e democráticas. A agroecologia, por exemplo, oferece uma perspectiva promissora, ao combinar conhecimentos tradicionais e científicos para produzir alimentos saudáveis, proteger o meio ambiente e fortalecer as comunidades rurais.
A defesa de um campo mais justo e sustentável é de todos nós. É preciso pressionar os governos para que invistam em políticas públicas que promovam a agricultura familiar, a agroecologia e a reforma agrária. É preciso fortalecer os movimentos sociais que lutam por um campo mais justo e democrático. É preciso consumir alimentos saudáveis e de origem agroecológica, fortalecendo os agricultores familiares e incentivando a produção local.
Neste Dia do Agrônomo, é fundamental que a classe reflita sobre o papel na construção de um futuro mais justo e sustentável para toda a população.