Clubes põem fim a Era Cezário após 28 anos

O presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Franciso Cezário de Olveira, de 78 anos, foi destituído do cargo após 28 anos. A decisão ocorreu em assembleia extraordinária na tarde desta segunda-feira, em Campo Grande, com clubes profissionais, ligas amadoras e membros da entidade. Ao todo, foram 19 votos a favor e 12 contra. 

Clubes profissionais da 1ª divisão, oito votaram a favor e três contra. Dos clubes restantes, ficou empatado em seis a favor e seis contra. Os amadores valem peso um. Oito foram a favor e um contra. Os votos foram secretos. 

Julio Cesar Marques, advogado de Cezário, alega que o, agora ex-presidente, não foi intimado para apresentar defesa formal no prazo legal. Isso porque foi aberta uma assembleia extraordinária através de parecer jurídico, mas não de uma acusação. “Parecer e acusação são instituições do direito totalmente diferente. Parecer é que nem a opinião. Cada um tem o seu. Agora a deliberação se acusa ou não é que tem que teria que ser feita para abrir o processo com o direito de defesa do Cesário”, diz. 

O advogado afirma que usa documentos do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e não investigação própria como previa o estatuto. A defesa diz ainda que destacou antes da votação que iria recorrer pedindo a anulação da assembleia caso o resultado fosse negativo.

Os representantes dos clubes e o presidente em exercício, Estevão Petrallás, seguem reunidos no prédio da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e ainda discutem a eleição para o cargo até 2027.

Francisco Cezário foi alvo da Operação Cartão Vermelho no dia 21 de maio, acusado de liderar um esquema que desviou pelo menos R$ 6 milhões através de recursos públicos firmados em convênios e outros repasses. Por duas vezes, o “dono da bola” de Mato Grosso do Sul por 28 anos foi parar na cadeia. Ele foi liberado, mas é monitorado por tornozeleira eletrônica. 

O então presidente afastado voltou a prisão pela segunda vez quando o Gaeco apontou interferência na entidade e na escolha de seu sucessor. Investigações apontaram para uma "federação paralela" montada na casa de Cezário. 



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