Deputada ainda cobrou
informações sobre vagas de professores na rede pública estadual
Por: Fernanda Kintschner Foto: Luciana
Nassar
Está em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul
o Projeto de Lei 264/2024,
que altera a Lei nº 3.946/2010 e propõe a instalação de câmeras de vídeo em
estabelecimentos de ensino, sendo vedada a captação de áudio. A proposta, de
autoria do Poder Executivo, foi debatida em tribuna pela deputada Gleice Jane
(PT) durante a sessão desta quarta-feira (4).
Para a deputada, a medida vai impor um sentimento de vigilância sobre os
profissionais, que já se sentem, segundo ela, cerceados após o movimento “Escola sem Partido”. “Depois do que
chamamos de movimento de mordaça, em que a escola não pode conversar sobre
assuntos polêmicos, a sociedade mudou. Hoje os professores têm medo de serem
gravados, têm crises de ansiedade. Então o projeto de câmera vai interferir muito.
Estão defendendo sem áudio, para se proteger, mas alguns professores que
precisam ser mais duros estão sendo vítimas de denúncias equivocadas.
Precisamos de humanização e isso não se faz no nível de vigilância. Devemos
estimular o diálogo de combate à violência. Perdemos a capacidade de dialogar.
No meu ponto de vista é um projeto equivocado, que pode piorar e muito a
relação nas escolas e o desenvolvimento educacional”, considerou.
A proposta estava prevista para votação na Ordem do Dia de hoje, mas foi
retirada de pauta por pedido de vistas do deputado Pedro Kemp (PT), que deve
devolver o projeto na sessão de amanhã. O Governo do Estado justificou que a
medida ocorre após constatar-se que, durante o ano de 2023, inúmero ilícitos
penais ocorreram em unidades escolares, tais como prática reiterada de furtos,
de ameaças, de agressões físicas, de porte de armas, de crimes sexuais, dentre
outros.
O projeto veda a instalação de câmeras nas “salas de professores,
banheiros, vestuários e em outros locais de reserva de privacidade individual”.
A deputada Gleice Jane ainda usou o espaço na tribuna para cobrar da Secretaria
de Educação informações sobre o cronograma de chamada de aprovados em
concursos, destacando ainda o quadro vigente por município e unidades de
ensino, “organizada por tabelas sobre os locais de exercício, para que
respondam quais áreas demandaram mais vagas e em quais áreas de conhecimento”.
Gleice também quer que seja informando sobre as vagas remanescentes. Acompanhe
a tramitação do projeto pelo Sistema Legislativo clicando aqui.
