A derrubada esmagadora do aumento do IOF pelo Congresso brasileiro não foi apenas uma derrota fiscal para o governo Lula. Foi um movimento estratégico em um tabuleiro geopolítico mais amplo, onde corrupção sistêmica, autoritarismo global e desinformação se entrelaçam para minar democracias. A rejeição, promovida por Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), expõe um Congresso em guerra contra investigações de corrupção lideradas pelo ministro Flávio Dino — e ecoa táticas da extrema-direita global, como as mentiras de Trump sobre conflitos no Oriente Médio.
O IOF e a Chantagem do Congresso: O Que Está em Jogo?
A justificativa do Congresso Nacional para derrubar o decreto do IOF foi a "defesa do contribuinte". Mas o timing revela o verdadeiro motivo:
Investigações da PF e do STF: paralela à votação, a Polícia Federal deflagrava a Operação Overclean, mirando desvios de emendas.. A operação é parte de uma investigação maior sobre o esquema de "emendas Pix", que envolve pagamento de propinas para liberação de verbas públicas.
Flávio Dino no centro do conflito: o ministro do STF convocou uma audiência pública para discutir a constitucionalidade das emendas impositivas e a falta de transparência no uso dos recursos. Motta e Alcolumbre confirmaram presença, mas cancelaram na última hora, enviando advogados em seu lugar. A atitude foi interpretada como um boicote à pressão por transparência.
Hugo Motta e Davi Alcolumbre sob suspeita: Motta e Alcolumbre, citado nas investigações, personificam o núcleo da crise. Ambos haviam sido aliados de Lula, mas romperam após as investigações ganharem força. A derrubada do IOF é vista como retaliação para forçar o governo a recuar nas apurações.
Contexto: esquema de "emendas Pix"
Investigado pelo Ministério Público e pela PF, o esquema envolve parlamentares que vendiam emendas orçamentárias em troca de propina via transferências Pix. A Operação Overclean já identificou desvios em municípios da Bahia, com indícios de que o modelo é nacional.
Extrema-Direita no Poder: Projeto 2026 e o Fantasma do Autoritarismo
A narrativa de "defesa do contribuinte" esconde um projeto maior: desestabilizar o governo Lula para viabilizar a volta da extrema-direita em 2026. Hugo Motta e Davi Alcolumbre construíram alianças que abrangem todo o Centrão incluindo bolsonaristas radicais. Suas ações seguem um roteiro global:
Crise fiscal como arma: a derrubada do IOF abre um rombo, fragilizando a economia e alimentando a narrativa de "incompetência petista". É a mesma tática usada por partidos de extrema-direita na Europa para minar governos progressistas.
Conexão Trump-Bolsonaro: A estratégia de caos institucional espelha o trumpismo. Steve Bannon, ideólogo de Trump, defende explicitamente o isolacionismo dos EUA em conflitos para focar em "guerras culturais" domésticas — enquanto apoia líderes autoritários no exterior.
Mentira como Estratégia: enquanto o Congresso brasileiro ataca Lula com narrativas falsas ("aumento de impostos oculto"), a extrema-direita global usa desinformação para reescrever conflitos:
Trump e a "Vitória no Oriente Médio: O ex-presidente americano afirmou ter acabado com a guerra entre Irã e Iraque. Na realidade:
- O Iraque recuou após ataques iranianos em 2020;
- O Irã saiu como vencedor político, fortalecendo sua influência regional;
- Os ataques recentes dos EUA ao Irã (os primeiros desde 1979) não destruíram o programa nuclear, mas aumentaram o risco de o país perseguir uma bomba atômica em 10 anos.
Farsa da "Guerra Curta: Trump anunciou um "cessar-fogo em 6 horas" após ataques mútuos, chamando-o de guerra dos 12 dias.
Paralelo histórico: manual da extrema-direita: a tática de mentiras descaradas usada por Trump ("não houve danos") e por bolsonaristas ("o IOF é confisco") segue o roteiro de líderes autoritários: criar caos narrativo para confundir a população; atacar instituições que fiscalizam o poder (STF, PF, mídia); vilanizar adversários como "traidores" (Lula, Dino, movimentos sociais).