Com o objetivo de garantir o direito à saúde da população da região sul de Mato Grosso do Sul, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio da 10ª Promotoria de Justiça de Dourados, instaurou um inquérito civil para apurar as medidas adotadas pela Prefeitura diante da insuficiência de leitos no Hospital da Vida. A unidade, que é referência em urgência e emergência para Dourados e toda a macrorregião de saúde, enfrenta superlotação constante, com pacientes sendo atendidos até em áreas improvisadas.

A investigação teve início após um procedimento preparatório aberto em fevereiro deste ano. Segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), o hospital possui 114 leitos cadastrados, mas apenas 106 estão operacionais, devido a limitações estruturais.

Relatórios internos da Fundação de Serviços de Saúde de Dourados (Funsaud) apontam alta taxa de ocupação e revelam problemas como redes elétricas e hidráulicas defasadas, além da necessidade urgente de reformas em setores críticos.

O Hospital da Vida, classificado como unidade de urgência e emergência tipo II, atende casos de alta complexidade, como neurocirurgias e politraumatismos. Por ser o único hospital “porta aberta” da região, recebe pacientes regulados de diversos municípios, o que agrava ainda mais a sobrecarga.

Em audiência conciliatória no âmbito de uma ação civil pública que tramita na Justiça Federal, a Prefeitura informou ter solicitado ao Ministério da Saúde a realocação de recursos antes destinados à ampliação dos leitos de maternidade para a construção de uma nova unidade do Hospital da Vida.

No entanto, até o momento, não há confirmação de que o projeto será efetivamente executado.