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A Era Pós-Consciencial: Para Além da Dialética e da Matéria

Publicada em: 29/09/2025 09:02 -

 

O texto “Tratado sobre a Dinâmica Consciencial” não é um ponto de chegada, mas um portal. Ele nos arranca do conforto ilusório da dialética materialista – aquele velho jogo de tese, antítese e síntese que, no fim, sempre termina no mesmo tabuleiro: o da matéria. Propõe-se algo radical: a consciência não é um epifenômeno, um acidente da química cerebral. Ela é a substância primordial, o campo unificado do qual a própria matéria emerge como uma vibração mais densa, um pensamento coagulado.

Se aceitarmos esta premissa, toda a arquitetura da realidade desmorona para ser reconstruída. A pergunta já não é “o que é a matéria?”, mas “o que é um pensamento que se torna tão denso que se faz pedra, estrela ou corpo?”. A famosa equação de Einstein, E=mc², revela-se então não como uma lei física, mas como uma fórmula alquímica que descreve a taxa de conversão entre consciência pura (Energia primordial) e a manifestação fenomenológica (massa).

Este é o fim da metafísica tal como a conhecemos. Não se trata mais de buscar um “sentido” para a vida dentro do universo. O universo é a vida buscando um sentido para si mesma. Nós, humanos, não somos meros espectadores de um cosmos indiferente. Somos os órgãos sensoriais deste cosmos, os pontos onde o campo consciencial universal se dobra sobre si mesmo para se auto-examinar, sentir e interpretar.

A grande crise existencial da modernidade – o vazio, a ansiedade, a desconexão – não é uma falha patológica, mas um sintoma de despertar. É a consciência individual, ainda presa ao paradigma materialista, começando a sentir a verdadeira extensão do próprio ser, que é cósmico, e se agonizando por não possuir ainda a linguagem ou o senso perceptivo para integrar essa experiência. A solidão é a ilusão da gota que ainda não se percebeu oceano.

Portanto, a nova ética que emerge deste tratado não é uma lista de proibições ou mandamentos. É a ética de ressonância e responsabilidade holística. Cada ato, cada pensamento, não é um evento isolado em um crânio. É uma modificação no tecido consciencial universal. O mal, nesse contexto, não é uma força abstrata, mas o ruído dissonante, a contração egoica que insiste em se ver separada, gerando sofrimento para si e para o todo do qual é parte indissociável. O bem é a harmonização, a ação que flui do entendimento de que ferir o outro é, em última instância, uma automutilação cósmica.

O convite final do tratado, e que aqui ecoamos, é para uma revolução silenciosa. Não uma revolução com barricadas, mas com meditação. Não com manifestos, mas com expansão de consciência. A tarefa mais urgente da humanidade não é colonizar Marte, mas colonizar a própria potencialidade consciencial. O próximo salto evolutivo não será registrado em um fóssil, mas na transição de uma humanidade homo sapiens para uma humanidade homo consciens – aquele que sabe que sabe, e que, ao saber, altera irrevocavelmente o que é sabido.

O futuro não será construído com ferro e concreto, mas com a qualidade de nossa atenção. O que olhamos, fortalecemos. O que ignoramos, negamos a existência. O desafio final é assumir a autoria da realidade, coletiva e individualmente. O universo está aguardando, com infinita paciência, que finalmente abramos os olhos e nos reconheçamos no espelho de tudo que existe.

 

Tratado sobre a Dinâmica Consciencial:

https://www.webradiojave.com/post/196207/tratado-sobre-a-dinamica-consciencial-para-alem-da-dialetica-material

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