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MS - Plantio da soja atinge 47,8% com chuvas irregulares

Publicada em: 29/10/2025 19:22 -

O plantio da soja da safra 2025/2026 alcançou 47,8% da área cultivável em Mato Grosso do Sul até o dia 24 de outubro, segundo boletim divulgado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) e pela Federação da Agricultura e Pecuária (Famasul). O avanço ocorreu com o retorno gradual das chuvas, mas o ritmo segue 7,2 pontos percentuais abaixo do mesmo período do ciclo anterior, devido à influência do fenômeno La Niña, que mantém as precipitações irregulares em grande parte do Estado.

De acordo com o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), o Estado permanece sob a atuação de um La Niña de intensidade fraca a moderada, o que mantém a incerteza sobre o regime de chuvas.

A previsão aponta precipitação acumulada entre 500 e 700 milímetros entre novembro e janeiro, com temperaturas médias de 24 a 28 °C, ligeiramente acima do padrão histórico. A irregularidade das chuvas exige manejo técnico e escalonamento do plantio para reduzir os riscos de perda de produtividade.     

No mercado, a saca de soja foi cotada a R$ 125,38 no dia 27 de outubro, com leve alta semanal de 0,25%, mas queda de 10,22% em relação ao mesmo período do ano passado.

A comercialização da safra 2025/2026 está em 16%, ritmo 11,3 pontos percentuais inferior ao registrado na temporada anterior. Em Campo Grande, a maior valorização semanal foi de 1,57%, enquanto Chapadão do Sul e Dourados tiveram oscilações positivas de até 0,82%.   xx

O boletim indica que o Estado segue com desempenho positivo na produção de milho da segunda safra 2024/2025, que atingiu 14,22 milhões de toneladas, aumento de 68,2% em relação ao ciclo anterior. A área cultivada ficou em 2,1 milhões de hectares, 0,1% acima do ano passado, e a produtividade média chegou a 112,7 sacas por hectare, alta de 68,1%. A colheita foi concluída em setembro, com 68,5% da produção já comercializada.   

O preço médio do milho foi de R$ 51,81 por saca, com valorização semanal de 0,61%, embora o valor ainda seja 13% menor que o de 2024. Os dados mostram que a segunda safra ocupou 46% da área destinada à soja, percentual menor que os 75% registrados em anos anteriores. A Aprosoja/MS atribui a redução ao alto custo de produção e às condições climáticas que elevaram o risco de perdas.   

O levantamento meteorológ ico também confirmou que setembro registrou déficit de chuvas em 62 das 64 estações monitoradas, com precipitação abaixo da média em quase todo o Estado. 

Apenas Aral Moreira apresentou volume acima do esperado, com 149 milímetros, 39% acima da média histórica. O SPI (Índice Padronizado de Precipitação) indicou seca mais intensa nas regiões Leste, Bolsão e Norte, enquanto o Pantanal apresentou excedente de chuva. 

Para os próximos meses, o Cemtec projeta tempo instável, com previsão de chuvas esparsas e variação de temperatura. O modelo do Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos aponta 70% de probabilidade de ocorrência de La Niña entre novembro e janeiro. Segundo a Famasul, as oscilações do clima exigem planejamento técnico e reforço das práticas de manejo para garantir estabilidade na produção agrícola de Mato Grosso do Sul.

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