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IGUATEMI - Juiz impõe multa de R$ 1 milhão caso a PM atue na área de conflito

Publicada em: 18/11/2025 06:59 -

A Justiça Federal proibiu que a Polícia Militar atue em qualquer operação de retirada ou desocupação de indígenas na área de conflito em Iguatemi. A decisão, publicada na tarde desta segunda-feira pela Vara de Justiça Federal de Naviraí, ocorre após o confronto que resultou na morte do indígena Vicente Fernandes Vilhalva, 36 anos, e do segurança da fazenda, Lucas Fernando da Silva, 23 anos, neste domingo.

 

De acordo com o despacho assinado pelo juiz Lucas Miyazaki dos Santos, o Estado de Mato Grosso do Sul está impedido de realizar, por meio da Polícia Militar, Polícia Civil ou qualquer força estadual, “qualquer ato de remoção forçada, despejo, desocupação ou retirada dos indígenas da Comunidade Pyelito Kue” sem ordem judicial expressa. O juiz fixou multa de R$ 1 milhão em caso de descumprimento. 

A decisão reforça que, pela Constituição, disputas envolvendo direitos territoriais indígenas devem ser tratadas pela Justiça Federal. Para o magistrado, a PM não pode agir em nome de interesses privados, no caso da fazenda, e não há amparo legal para uma retirada “administrativa” dos indígenas.   

O juiz também considerou o risco de agravamento da violência na região, que já vive tensão desde a retomada iniciada em 3 de novembro na Fazenda Santa Cruz da Cachoeira.

Em sete de novembro, a comunidade indígena havia solicitado liminar para impedir a atuação da Polícia Militar na área. Naquele momento, porém, o pedido foi negado para que o Estado fosse ouvido e prestasse informações.

Após as manifestações do Governo do Estado, do Ministério Público Federal e da Fundação Nacional do Indío (Funai), o magistrado reavaliou o caso e concedeu a tutela de urgência nesta segunda-feira.

Em nota divulgada mais cedo, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) afirmou que as forças estaduais atuaram apenas em apoio à Polícia Federal, responsável pela investigação do caso. A informação dada pela pasta foi que Vicente Fernandes Vilhalva foi morto por outro indígena, identificado como Valdecir Alonso Brites.

Segundo a secretaria, Valdecir foi encaminhado à Polícia Federal. O órgão reforçou que nenhuma força estadual atuava no momento do confronto e que sua participação desde então se limita ao apoio às equipes federais. 

O ataque ao acampamento ocorreu ainda na madrugada de domingo. Dos 12 barracos erguidos no local, dez foram incendiados após a invasão. Vídeos feitos por indígenas mostram correria e pedidos de socorro enquanto disparos ecoavam.

Para o Ministério dos Povos Indígenas, os ataques teriam sido praticados por pistoleiros. O governo federal enviou equipes do Demed (Departamento de Mediação e Defesa) e disse acompanhar o caso. 

A área em disputa integra parte da Terra Indígena Iguatemipeguá, cuja identificação e delimitação já constam em relatório da Funai. A região, que abrange quatro municípios do sul de Mato Grosso do Sul, enfrenta conflitos fundiários há anos.

Os indígenas passaram a retomar o território em três de novembro deste ano, sendo que no dia seguinte, foram registrados ataques por fazendeiros, conforme o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

A reportagem procurou a Sejusp para confirmar se a pasta foi informada sobre a decisão, mas não obteve resposta até a publicação.   

Em sete de novembro, a comunidade indígena havia solicitado liminar para impedir a atuação da Polícia Militar na área. Naquele momento, porém, o pedido foi negado para que o Estado fosse ouvido e prestasse informações. Após as manifestações do Governo do Estado, do Ministério Público Federal e da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), o magistrado reavaliou o caso e concedeu a tutela de urgência nesta segunda-feira.

Em nota divulgada mais cedo, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) afirmou que as forças estaduais atuaram apenas em apoio à Polícia Federal, responsável pela investigação do caso. A informação dada pela pasta foi que Vicente Fernandes Vilhalva foi morto por outro indígena, identificado como Valdecir Alonso Brites.

 

Fazenda sobre Terra Indígena Iguatemipegua (FOTO - RUY SPOSATI) 

Segundo a secretaria, Valdecir foi encaminhado à Polícia Federal. O órgão reforçou que nenhuma força estadual atuava no momento do confronto e que sua participação desde então se limita ao apoio às equipes federais. 

O ataque ao acampamento ocorreu ainda na madrugada de domingo. Dos doze barracos erguidos no local, dez barracos foram incendiados após a invasão. Vídeos feitos por indígenas mostram correria e pedidos de socorro enquanto disparos ecoavam. 

Para o Ministério dos Povos Indígenas, os ataques teriam sido praticados por pistoleiros. O governo federal enviou equipes do Demed (Departamento de Mediação e Defesa) e disse acompanhar o caso. 

A área em disputa integra parte da Terra Indígena Iguatemipeguá, cuja identificação e delimitação já constam em relatório da Funai. A região, que abrange quatro municípios do sul de Mato Grosso do Sul, enfrenta conflitos fundiários há anos. 

Os indígenas passaram a retomar o território em 3 de novembro deste ano, sendo que no dia seguinte, foram registrados ataques por fazendeiros, conforme o Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

A reportagem procurou a Sejusp para confirmar se a pasta foi informada sobre a decisão, mas não obteve resposta até a publicação. 

 

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