Energia fica 9,58% mais cara em MS
A Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) aprovou nesta manhã (4/4), o processo de Revisão Tarifária
Periódica (RTP), com valor médio de 9,28% (consumidores de alta+ baixa tensão),
sendo que os consumidores de alta tensão terão 6,28% e os baixa tensão vão
pagar 10,48% a mais por kwh. Para os residenciais, o índice é de 9,58%.
O Concen
participou da reunião de diretoria da Aneel e apresentou suas considerações,
destacando aspectos como o pequeno crescimento do mercado nos últimos 5 anos
(+12%), em contrapartida com o grande aumento nos investimentos (+81%),
lembrando que a extensão territorial com poucos consumidores resulta em
investimentos elevados por unidade atendida.
Outro ponto destacado é o uso do
IGPM (+61,2% em 5 anos) para corrigir os reajustes anuais, muito acima da
inflação, utilizando-se o índice IPCA (+28,4% em 5 anos) que reajusta os
salários.
O
conselho ressaltou, ainda, o uso de previsões de perda de mercado utilizados
pela Aneel em desacordo com o Proret (Procedimentos de Regulação Tarifária)
Submódulo 2.1. Este procedimento ordena utilizar a média de mercado dos últimos
12 meses, e a Aneel só utilizou os últimos 3 meses. Segundo a Aneel, isto foi
feito para abarcar o grande número de pedidos de SCEE (Sistema de Compensação
de Energia Elétrica – Lei 14.300), que reduz o mercado da distribuidora, pois,
os prossumidores deixam de pagar pelo uso do sistema e só compensam sua energia
gerada. Só esta mudança implicou em um aumento nos valores tarifários em 1,61%.
Na
aprovação dos novos valores da RTP, que ocorre a cada cinco anos, os diretores
agradeceram a contribuição do Concen, falaram sobre a rápida evolução da GD,
hoje com 19 GW e impactos ao setor lembrando que há mais 35 GW em espera para
conexão no País.
Um dos
pedidos acatados durante o período de consulta pública pela Aneel foi feito
pela Energisa MS, em relação às perdas não-técnicas, que é a diferença entre o
valor medido e o faturado, por conta da geração distribuída, o que fez com que
as expectativas de redução dos índices se perderem. “Esperávamos homologar uma
tarifa que levasse em conta as considerações do Concen. Tudo o que conseguimos
reduzir dos preços de energia de Itaipu se perdeu no espaço”, lamentou
Rosimeire Costa.