Associação Comercial cobra solução para conclusão das obras do Aeroporto de Dourados

Na última segunda-feira, 1º de maio, completou dois anos que o Aeroporto Regional Francisco Pereira de Matos, em Dourados, está fechado para obras. Nesta quinta-feira (4), a Aced (Associação Comercial e Empresarial de Dourados) cobrou uma solução para conclusão dos serviços.

O posicionamento mais enfático da entidade ocorre  após a falta de previsão para a conclusão, do Departamento de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro.

Em nota, a Aced destaca que Dourados é cidade-polo de mais de 30 municípios e referência na indústria, no comércio e na prestação de serviços, além de ser 26ª mais rica do agronegócio brasileiro, com um PIB R$ 10,9 bilhões (2020), figurando como o terceiro maior do estado. 

O projeto total da obra envolve além da reforma e ampliação da pista de pouso e decolagens, apontada pelo 9° BEC como concluída, a regularização das faixas de pista e áreas de segurança, drenagem, colocação de cerca operacional e trabalhos de terraplenagem das áreas destinadas a futuras edificações.

Inicialmente, o prazo para entrega da primeira etapa da obra era apontado para novembro de 2021. No entanto, em setembro do mesmo ano, durante as atividades constataram-se problemas com necessidade de intervenção maior, principalmente na parte de drenagem.

De acordo com a Aced é importante os investimentos em infraestrutura para destravar o desenvolvimento e o crescimento econômico desta região. Por isso, estimula e cobra um debate sobre a questão aeroportuária do município.

Em nota, cita que o município tem inúmeras indústrias e empresas, além de diversas universidades, um setor varejista referência e um ecossistema fértil para startups e novos negócios. E a interrupção do fluxo aeroviário custa para diversas oportunidades e novas prospecções de negócios.

Em 2010, o Aeroporto de Dourados foi considerado um dos que mais possuíam potencial de desenvolvimento, pareando com Anápolis em Goiás e Rondonópolis no Mato Grosso. 

Entre os anos de 2012 e 2016, segundo os dados da ANAC organizados pela UFSC (2017), houve um crescimento médio de 82,7% ao ano na movimentação dos passageiros oriundos desses voos regulares.

“Na qualidade de um centro imanente de oportunidades e de negócios não só para o contexto brasileiro, mas, sul-americano, torna-se tão impraticável quanto vexatório que as obras na infraestrutura do aeroporto regional se prologuem até o final de 2023”, afirma a Aced em nota.

Nota da Aced na íntegra:

Aced e Aeroporto: Caminhos para o Desenvolvimento

A nossa Dourados está no coração do Brasil, somos a conexão natural com os demais países da América do Sul, sendo cidade-polo de mais de 30 municípios e referência na indústria, no comércio e na prestação de serviços. Nossa cidade é a 26ª mais rica do agronegócio brasileiro, com um PIB R$ 10,9 bilhões (2020), figurando como o terceiro maior do estado.

Portanto, sabemos da importância dos investimentos em infraestrutura para destravar o desenvolvimento e o crescimento econômico desta região. Entre os investimentos, em nossa cidade, que podemos destacar estão a duplicação da BR-163 (Rodovia da Soja), a Ferrovia Ferroeste, conectando a potência econômica do nosso Mato Grosso do Sul com o Porto de Paranaguá e, claro, a Rota Bioceânica conectando Brasil, Paraguai, Argentina ao Oceano Pacífico.

A complexidade da importância da integração entre infraestrutura e desenvolvimento passa por um capítulo aberto na história da nossa Dourados: o fechamento para melhorias estruturais no Aeroporto Regional Francisco Pereira de Matos. Os pioneiros que com trabalho incansável ergueram a Dourados de hoje estariam perplexos com a inércia dessa situação.

A Associação Comercial e Empresarial de Dourados (ACED), entidade representativa do empresariado douradense e incentivadora do progresso, estimula e cobra um debate sobre a questão aeroportuária do município que impacta diretamente no presente e futuro de uma das mais pujantes regiões brasileiras, a Grande Dourados.

Dourados é sede da EMBRAPA Agropecuária Oeste, inúmeras indústrias e empresas, diversas universidades e um setor varejista que é referência para todo o centro-sul do nosso estado, além de um ecossistema fértil para startups e novos negócios. A pujança econômica de nossa cidade é obliterada pela necessidade que os fluxos de cargas essenciais, pessoas e turistas sejam desviados para Campo Grande ou Ponta Porã.

 O incremento na infraestrutura do nosso aeroporto é necessário para adequá-lo ao alto padrão comercial, industrial, turístico, educacional e dos serviços de saúde douradenses. A ampliação e a reforma da sua pista de pouso e decolagem, do novo pátio de taxiamento em terra, da regularização infraestrutural das faixas e demais áreas e, da expectativa para renovação do terminal per se. Essas medidas seriam capazes de aumentar a qualidade dos serviços oferecidos e da infraestrutura aeroviária, além da própria capacidade maximizada dos fluxos de passageiros e cargas. Afinal, nosso aeroporto havia sido considerado por órgãos e consultorias técnicas na década de 2010 como um dos aeroportos com maior potencial de desenvolvimento 1 , pareando com Anápolis em Goiás e Rondonópolis no Mato Grosso. Inclusive entre os anos de 2012 e 2016, segundo os dados da ANAC organizados pela UFSC (2017), houve um crescimento médio de 82,7% a.a. na movimentação dos passageiros oriundos desses voos regulares.

Como visto em diversos estudos técnicos de consultorias e centros universitários 2 , o transporte aéreo acaba impactando diretamente as receitas diretas e indiretas de uma municipalidade e/ou região. Dessa maneira, existe uma forte conexão entre esse tipo de transporte e a economia local, afetando o nível das atividades econômicas e sociais. Um aeroporto moderno permite ampliar a vocação do nosso município como centro de negócios e serviços, fomentando uma nova lufada de ar no desenvolvimento municipal e da nossa região. Além disso, a retomada da atividade aeroviária de Dourados permite maximizar as oportunidades e externalidades da localização geográfica privilegiada da nossa cidade no que tange ao Centro-Oeste brasileiro e aos países do MERCOSUL, intensificando as vantagens intrínsecas nas nossas relações comerciais e trocas institucionais com os estados brasileiros e demais países parceiros.

A interrupção do fluxo aeroviário custa para nosso município diversas oportunidades, novas prospecções e negócios que impactariam renda, PIB e políticas públicas. Na qualidade de um centro imanente de oportunidades e de negócios não só para o contexto brasileiro, mas, sul-americano, torna-se tão impraticável quanto vexatório que as obras na infraestrutura do aeroporto regional se prologuem até o final de 2023.

À luz do exposto, a ACED solicita aos órgãos competentes que garantam, com máxima urgência, atenção e recursos para ACELERAR a execução e conclusão das referidas obras para a entrega do nosso aeroporto. O Estado deve oferecer as condições necessárias para a decolagem do “avião Dourados”, maximizando as oportunidades econômicas e demais externalidades positivas de Dourados e do nosso Mato Grosso do Sul. Como dizia nosso poeta Manoel de Barros: “Há histórias tão verdadeiras que às vezes parecem que são inventadas”.

Categoria:Dourados