Imagine um mundo onde as religiões, em toda a diversidade e sabedoria ancestral, fossem convocadas não para competir entre si ou impor dogmas, mas para questionar o próprio coração do sistema que reduz a existência humana a mercadorias e lucros: o Capitalismo. O que aconteceria se os ensinamentos de compaixão, justiça e transcendência presentes nas escrituras sagradas de todas as tradições confrontassem diretamente essa lógica implacável que transforma vidas em números e relações humanas em transações? Será que o Budismo, ao propor a libertação do desejo como caminho para o despertar, não estaria desafiando frontalmente a economia baseada na insaciabilidade consumista? Ou o Cristianismo, com a ênfase no amor ao próximo e na partilha dos bens, não estaria denunciando a acumulação desmedida como uma heresia ética? E o Islamismo, com o imperativo de zakkat (caridade obrigatória), não estaria erguendo um espelho moral diante da ganância institucionalizada? Nesse embate colossal, surge então a pergunta: se Deus — seja ele qual for, sob qualquer nome ou concepção — realmente existe, por que permitiria que Seus filhos sacrificassem os valores mais profundos no altar do mercado, enquanto o Capitalismo, esse ídolo sem alma, reina soberano sobre a Terra?
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