Famílias indígenas de sete
municípios da Grande Dourados assinaram contratos para a construção de casas do
Programa Moradia Indígena. Foto: Flávio Verão
O Governo Federal, por meio do Ministério dos Povos Indígenas,
anunciou nesta manhã, durante solenidade no Complexo Esportivo Jorge Antônio
Salomão, o Jorjão, a construção de 581 moradias destinadas às comunidades
indígenas de Dourados, Amambai, Aral Moreira, Caarapó, Laguna Carapã, Maracaju
e Tacuru. Dourados será contemplado com 300 unidades habitacionais, sendo 150
para moradores da aldeia Bororó e outras 150 para a aldeia Jaguapiru.
Foram assinados ainda, contratos para a construção de 12 casas
na aldeia Limão Verde e 41 na Jaguari, ambas em Amambai; 50 para a aldeia
Guassuti, em Aral Moreira; 55 para a Teykuê, em Caarapó; 55 para a Guaimbé, em
Laguna Carapã; 30 para a Rancho Jacaré, também em Laguna Carapã; 22 para a
Sucuri, em Maracaju; 10 para a Jaguapiré e 30 para a aldeia Sassoró, ambas em
Tacuru.
O ‘Moradia Indígena’ é um programa que substitui moradias
precárias em Terras Indígenas, sem custo para as famílias beneficiadas. As
unidades habitacionais, a serem construídas por meio do Programa Nacional de
Habitação Rural (PNHR), possuem mais de cinquenta e dois metros quadrados,
distribuídos em dois quartos, sala, cozinha e banheiro.
Atualmente, aproximadamente 20 mil indígenas das etnias Guarani,
Kaiowá e Terena vivem nas aldeias Jaguapiru e Bororó, na reserva de Dourados,
em uma área de 3,5 mil hectares. Juntas, as duas aldeias formam a maior reserva
indígena urbana do país.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou que no
total o programa prevê a construção de 1.687 moradias indígenas para o Mato
Grosso do Sul, das quais, 581 para atender as comunidades de sete municípios da
região de Dourados. “Mais entregas serão feitas vamos aumentando
gradativamente, pois é muito grande a necessidade de garantir moradias dignas
aos povos indígenas e hoje estamos dando o primeiro passo”, falou.
Falando em nome das comunidades beneficiadas pelo programa
Moradia Indígena, o cacique Ivan Montiel Vilhalva, da Comunidade Indígena da
Aldeia Sassoró, município de Tacuru, agradeceu aos governantes por atender às
necessidades das famílias indígenas em relação à moradia digna. “Hoje podemos
dizer que somos representados, por estarmos sendo incluídos nos projetos do
governo federal e estadual”.
O cacique aproveitou para reivindicar: “Sabemos que o governo
tem muito mais a nos oferecer. Nós ainda temos que ter acesso a água, ter
acesso a saúde de qualidade. Temos certeza que nossos parlamentares irão falar
por nós”, pediu.
Ramão Fernandes, capitão da aldeia Jaguapiru, considerou o
anúncio das moradias como “um momento muito feliz para a nossa comunidade”. Ele
disse que desde 2009 os moradores mais pobres da reserva indígena de Dourados
esperavam por esse momento. “Essas 300 casas vão beneficiar as famílias mais
necessitadas da nossa comunidade”, afirmou. “Essa oportunidade de estar aqui e
presenciar o anúncio e assinatura dos contratos nos deixa muito feliz”,
comemorou o líder indígena na chegada ao ginásio para a cerimônia conjunta dos
governos federal, estadual e municipal.
ÁGUA NA ALDEIA
Sonia Guajajara também falou sobre a falta de água nas aldeias
de Dourados e garantiu que o Ministério dos Povos Indígenas está atento ao
problema. “Nesse começo de ano investimos mais de R$ 2 milhões para levar água
às aldeias e temos R$ 53 milhões da bancada federal para investimentos em redes
de água, além de R$ 22 milhões que serão investidos nas comunidades indígenas
na região de fronteira”, anunciou a ministra. “Em Dourados estamos finalizando
a perfuração de dois super poços artesianos e vamos instalar 400 caixas d’água
nas duas aldeias”, finalizou.