LAS VEGAS – O atual terceiro colocado no ranking mundial de tênis de mesa, Hugo Calderano, foi impedido de competir no WTT Grand Smash após ter o acesso aos EUA negado. O motivo: uma participação no Campeonato Pan-Americano de 2023 em Cuba, país sujeito a sanções americanas.
### O Caso Calderano
- A revogação automática do ESTA (Programa de Isenção de Visto) ocorreu devido a regras implementadas em 2015 e atualizadas em 2023, que vetam entrada de quem visitou Cuba, Irã, Coreia do Norte ou Síria após janeiro de 2021.
- Cuba foi reinserida na lista de "Estados Patrocinadores do Terrorismo" em 2023, durante o governo Biden, com medidas ampliadas pelo memorando presidencial de Donald Trump em 30 de junho de 2025.
- Calderano, portador de passaporte português, solicitou visto emergencial com apoio da USATT (Associação de Tênis de Mesa dos EUA) e do Comitê Olímpico Americano (USOPC), mas não obteve vaga para entrevista consular a tempo.
Em nota, o atleta declarou:
"É frustrante ser excluído de competições de elite por questões alheias ao esporte".
### Impacto Esportivo
A ausência no torneio interrompe a melhor fase da carreira do brasileiro, detentor de três títulos em 2025, incluindo a Copa do Mundo. A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) classificou o episódio como "prejuízo ao esporte global".
### Contexto Político
Especialistas apontam conexões entre o caso e políticas migratórias recentes:
- Robert Paxton (Universidade Yale) associa a retórica "America First" de Trump a mecanismos de exclusão históricos, citando o tratamento a imigrantes.
- Jason Stanley (Yale) menciona a instrumentalização de crises para medidas excepcionais, como o redirecionamento de Guantánamo para detenção de imigrantes.
- Ações executivas de 2025 incluem a descontinuidade de programas de diversidade (DEI) e restrições a servidores públicos.
### Conclusão
O episódio evidencia como sanções geopolíticas impactam atletas globais. Enquanto Calderano perde oportunidades esportivas, analistas veem no caso um reflexo de mecanismos de exceção na política externa contemporânea. Como afirmou o jurista Carl Schmitt: "Soberano é aquele que decide sobre o excepcional" – uma máxima que ganha contornos práticos nas fronteiras americanas.